segunda-feira, 26 de março de 2012

Ensaio sobre a cegueira (politica)


As notícias de hoje do Terras da Feira, confirmam em definitivo que o núcleo duro do PS/Feira está apostado em convidar uma figura de relevo nacional para encabeçar uma candidatura à Câmara da Feira nas próximas eleições autárquicas. Acrescenta ainda a mesma notícia que não é de excluir a hipótese (ainda que remota) do já assumido candidato à concelhia, António Cardoso poder ele próprio, chamar a si e pela quarta vez, esse fastidioso desígnio.
Como é do conhecimento de todos, muito se tem falado sobre esta mais do que previsível, candidatura de António Cardoso.

O envolvimento do núcleo duro parece pois emprestar-lhe (à candidatura) uma aura resplandecente de consensualidade que aparentemente servirá também e no bom sentido, para apaziguar uma franja de Socialistas, porventura mais inquietos e apreensivos com a estratégia que o partido adotará para o período eleitoral que se avizinha. Concelhias e Autárquicas.
Seja como for, não me irei deter muito em apreciações sobre o(s) mérito(s) ou demérito(s) desta candidatura.
Na verdade o que nos deve preocupar agora é o núcleo “mole” do partido.

Intriga-me como é que alguém se pode atrever a agitar o dedo no ar, acusando o partido de Cardosite crónica, de hermeticidade, de deficit democrático, de… sei lá bem que outros epítetos de menor urbanidade posso eu aqui enunciar, para depois capitularem perante a possibilidade democraticamente instituída de poderem fazer valer os seus pontos de vista nomeadamente através do sufrágio.
Pergunto-me se poderá este laxismo e esta atitude de indiferença serem justificados(as) com o argumento seco de que pura e simplesmente todos estes militantes a quem reconhecemos valor e qualidades se recusaram pura e simplesmente a sair das suas zonas de conforto?

Seria expectável na óptica do militante e/ou simpatizante que estas próximas eleições concelhias nos trouxessem um novo PS, mais maduro e declaradamente mais inconformado com o Status vigente.
Um PS que demonstre uma predisposição natural para acolher com agrado um naipe alargado de propostas e que saiba promover amplamente a discussão dessas mesmas propostas na “Praça pública”.
É que a não ser assim, seremos levados a concluir que a afirmação da tal vitalidade democrática e do tal rejuvenescimento que tanto se tem apregoado aos quatro ventos não passam de epifanias inconsequentes ditas com a mesma emotividade que nos provoca um Tinto de casta nobre.
Impõe-se assim e pelo exposto, o aparecimento de outras candidaturas à liderança do PS Feira ou então o já de si débil músculo cardíaco que tem tido por função irrigar e assegurar a oxigenação democrática das artérias socialistas ao longo de todos estes anos, acabará por sucumbir por excesso de “Strecht” já em 2013.
A previsível apoplexia que advém dos maus resultados ou se preferirem e como também já ouvi dizer, o reeditar da “crónica de uma crucificação anunciada”.


Até Já

1 comentário:

como disse ?